sexta-feira, maio 29, 2015

Domingo

Ela me diz
que estou tão triste
porque viu
em cada olho meu
uma antiga umidade.

Revisito velhos discos.
Há canções que ecoam
sempre que a morte atravessa o jardim.

Minha tristeza
é de quem acaba
de voltar de um funeral.

Com a mão direita
seguro uma estrela partida.
Seus estilhaços se afundam
em minha carne.

( de que vale um punho fechado quando está sangrando?)
Na mão esquerda
trago uma rosa morta.
A escuridão de seu corpo
avança para o meu coração.

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